sábado, 1 de março de 2008

L'heures de pointe I

Quem pensa que em São Paulo a "hora do rush" se resume apenas ao horário entre às 17h e 19h, quando o trânsito nas ruas - e principalmente nas principais avenidas e marginais - é insuportável, está precisando prestar mais atenção em alguns detalhes.

7h: Hora do rush dos cachorros nas calçadas I. Este é o horário em que os cachorros que moram em apartamentos obrigam seus donos a os levarem para a rua e marcarem territórios em postes, graminhas e lixos.

8h30: Hora do rush de pessoas no metrô. Os metrôs ficam lotados de pessoas vestidas em trajes sociais, que estão a caminho de seus trabalhos. E que provavelmente chegarão atrasadas nos escritórios, a tempo de tomar um café e ler as principais notícias do dia no UOL, até ter a primeira reunião do dia, marcada com esse gap de tempo, prevendo-se o atraso.

12h30: Hora do almoço. Rush nos restaurantes, alguns com filas de esperas desagradáveis, repletas de pessoas famintas, cuja sensação de queimação no estômago causa impaciência e aborrecimento. A única solução: comer.

14h: Hora do rush nos elevadores. Findo o almoço e satisfeitos os estômagos, o retorno das pessoas para os seus devidos escritórios é acumulado nos elevadores. O entra-e-sai nestes veículos verticais causa um fluxo silencioso, onde as pessoas ficam em pleno silêncio, assistindo às últimas notícias nas televisõezinhas instaladas dentro destes compartimentos claustrofóbicos.

15h: Hora do rush de e-mails. É o momento em que todos se concentram nos e-mails que receberam durante o período em que estavam saciando suas fomes. O trânsito nos Outlooks é tenso.

16h: Rush nos bancos. Horário em que os motoboys lotam as filas dos bancos, a pedido das empresas, para efetuarem pagamentos e/ou alguma tarefa burocrática e chata.

17h-19h: O famoso rush nas ruas.

20h: Hora do rush dos cachorros nas calçadas II. Os coitadinhos já ficaram presos o dia inteiro. Está na hora de esvaziar as bexigas mais uma vez.

21h: Hora do rush nas esteiras das academias. A disputa por uma esteira, em frente a uma televisão nas academias é acirrada neste horário. Quando não conseguem, o polar pode detectar batimentos cardíacos mais acelerados.


Não é à toa que dizem que paulistanos gostam de filas.





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